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2012 - Livro Vermelho 2013

Selaginella tenuissima Fée LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 25-05-2012

Criterio:

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie amplamente distribuída e encontrada em Unidades de Conservação.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Selaginella tenuissima Fée;

Família: Selaginellaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Distribuição

A espécie ocorre nos estados Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul (Hirai, 2012).Em São Paulo a espécie foi encontrada em altitude cerca de 1800m (Hirai; Prado, 2000), em Minas Gerais em altitudes entre 1210m e 1520m (Viveiros, 2010) e no Rio de Janeiro em altitude até 2250m no Rio de Janeiro (Tamandaré, F., 6508, NYBG 807194).

Ecologia

Em São Paulo a espécie foi encontrada em barrancos, nos campos de altitudes da Serra da Mantiqueira, Campos de Jordão e Serra da Bocaina (Hirai; Prado, 2000).A espécie é uma erva terrícola ou rupícola, ocorre em barrancos úmidos, em rocha sobre a matéria orgânica e sobre musgos em mata ciliar (Viveiros, 2010). Nos campos de altitude do Rio de Janeiro foi relatado a ocorrência em local ensolarado ou com pouco sombreamento, como os barrancos encontrados às margens das trilhas do Parque Nacional do Itatiaia, RJ (Condack, 2006)A espécie ocorre na cadeia do espinhaço (Salino; Almeida, 2008)

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes As atividades humanas são as que mais ameaçam a conservação do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. No local ocorre a extração de espécies madeireiras (cedro e canela) e árvores de sub-bosque como o palmito. Nos meses entre junho e setembro é comum a origem de focos de incêndio promovidos pelos moradores para eliminar ervas daninha ou mesmo por vândalos e baloeiros. No entanto, a maior ameaça para a região é o crescimento urbano e a construção de condomínios sobre a floresta nativa e escarpas de montanhas (Miller et al. 2006)

1.7 Fire
Detalhes O Parque Estadual do Pico Paraná teve um incêndio em outubro de 2007. Este incêndio atingiu o Pico Caratuva e mesmo após 2 anos a floresta ainda mostra conseguências da queimada e sinais de baixa capacidade de regeneração (Scheer, 2010)

1.7 Fire
Detalhes O Parque Nacional do Itatiaia apresenta ao longo de sua história episódios de incêndios extensos e duradouros, como o ocorrido em 1963 que atingiu cerca de 10.000ha, permanecendo ativo por mais de 40 dias. Aximoff e Rodrigues (2011), com base nos incêndios ocorridos em 2001 (600ha), 2004 (600ha) e 2007 (800ha), sugerem padrão de ocorrência trienal para os grandes incêndios mesmo que em áreas não sobrepostas (dados dos limites do incêndio de 2004 não foram encontrados). De maneira a reforçar esta hipótese, em 2010 o PNI teve mais de 1.100ha de campos de altitude queimados em um único incêndio (Aximoff, 2011).

1.7 Fire
Detalhes Em setembro de 2001 foram detectados 485 focos de incêncios no Parque Nacional do Caparaó e 10 municípios adjacentes, destruindo a floresta nativa e áreas de pastagem. Em 2000 a área de queimadas aumentou 40% em relação ao ano anterior. Mesmo assim na região aumentaram tanto o número de licenças para plantação de cana-de-açúcar e pastagem, como do número de multas por queimadas ilegais (CEPF, 2001)

1.3.1 Mining
Detalhes Na região central do Espinhaço, foram identificadas como principais ameaças: a mineração, a expansão urbana, o turismo descontrolado, a criação de gado e as queimadas (Vasconcelos et al., 2008).

1.3.1 Mining
Detalhes ​Na região do Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais são observadas as seguintes ameaças em consequência da atividade mineradora: a extração do minério de ferro - cava - atinge diretamente os ecossistemas de Campo Ferruginoso, protegidos por legislação federal e estadual por serem de ocorrência restrita às cristas serranas, classificadas como Área de Preservação Permanente; e a mineração, incluindo a disposição de estéril e rejeitos, que atinge ecossistemas da Mata Atlântica como as Florestas Estacionais Semideciduais e as Florestas Pluviais Ripárias (Santos, 2010).

Ações de conservação

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: ​A espécie ocorre nas seguintes unidades de conservação: Parque Nacional do Itatiaia, RJ, Parque Nacional do Caparaó, RPPN Santuário do Caraça, Parque Estadual do Itacolomi, MG, Parque Estadual do Pico Paraná, Parque Nacional Saint-Hilaire / Lange, PR e Estação Ecológica Itapeva, SP (CNCFlora, 2011)

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: ​​Vulnerável, lesta vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

Referências

- MILLER, D.; WARREN, R.; MILLER, I. M.; SEEHAWER, H. Serra dos Órgãos - sua história e suas orquídeas. Nova Friburgo, RJ: Scart, 2006. 567 p.

- SCHEER, M. B. Ambientes altomontanos no Paraná: Florística vascular, estrutura arbórea, relações pedológicas e datação por C14. Tese de doutorado. Curitiba, PR: Universidade Federal do Paraná, 2010.

- AXIMOFF, I. O que perdemos com a passagem do fogo pelos campos de altitude do estado do Rio de Janeiro?. Biodiversidade Brasileira, v. 2, p. 180-200, 2011.

- HIRAI, R. Y.; PRADO, J. Selaginellaceae Willk. no Estado de São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Botanica, v. 23, n. 3, p. 313-339, 2000.

- VIVEIROS, R. S. Pteridófitas da serra do Caraça, Minas Gerais, Brasil. Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais, 2010.

- CONDACK, J. P. S. Pteridófitas ocorrentes na região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia: análise florística e estrutural. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro, RJ: Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2006.

- ALSTON, A. H. G.; JERMY, A. C.; RANKIN, J. M. The genus Selaginella in tropical South America. Bulletin of the British Museum (Natural History), Botany, v. 9, n. 4, p. 233-330, 1981.

- AXIMOFF, I.; RODRIGUES, R. C. Histórico dos incêndios florestais no Parque Nacional do Itatiaia. Ciência Florestal, v. 21, n. 1, p. 83-92, 2011.

- CEPF- CRITICAL ECOSYSTEM PARTNERSHIP FUND. Mata atlântica hotspot de biodiversidade. , p. 29, 2001.

- VASCONCELOS, M. F.; LOPES, L. E.; MACHADO, C. G.; RODRIGUES, M. As aves dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço: diversidade, endemismo e conservação. Megadiversidade, v. 4, n. 1-2, p. 197-217, 2008.

- SALINO, A.; ALMEIDA, T. E. Diversidade e conservação das pteridófitas na Cadeia do Espinhaço, Brasil. Megadiversidade, v. 4, n. 1-2, p. 50-70, 2008.

- SANTOS, L. M. Restauração de campos ferruginosos mediante resgate de flora e uso de topsoil no quadrilátero ferrifero, Minas Gerais. Tese de doutorado. Belo Horizonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais, 2010.

- SALINO, A.; ALMEIDA, T. E.; HERINGER, G. Selaginellaceae. In: STEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A.; SOBRAL, M. COSTA, D. P. KAMINO, L. H. Y. Plantas da floresta atlântica. Rio de Janeiro, RJ: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.516, 2009.

- HIRAI, R. Y. Selaginellaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB092047>.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

Como citar

CNCFlora. Selaginella tenuissima in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Selaginella tenuissima>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 25/05/2012 - 21:17:00